Vestígios na Beira do Tempo
Poemas | Valter Figueira e convidados: Às margens da vida | Amanda MazzeiPublicado em 29 de Março de 2025 ás 17h 57min
À beira do tempo, onde o rio se curva,
desenho meus passos na terra úmida,
vestígios de histórias que ninguém lê,
sombras e luzes entrelaçadas no silêncio.
Há ventos que sopram sem nome,
tocando meu rosto sem permissão,
ecos de vozes que nunca partiram,
sussurros de um destino sem mapa.
Os dias se quebram nas ondas caladas,
esculpindo margens que não transponho,
não por medo, mas por segredo,
um pacto velado entre mim e o horizonte.
Ali, onde a névoa abraça a alvorada,
as perguntas dormem sem resposta,
e eu sigo, sem pressa, sem fuga,
flutuando entre o que sou e o que nunca direi.