Saudade é sombra que vela minha alma,
vaga espectro de um tempo findo,
sussurra teu nome na noite calma,
mas some no vento, sutil e indo.
Desejo? Sim, arde em silêncio,
mas queima só para se extinguir.
Fui chama outrora, fulgor intenso,
hoje sou cinza a se diluir.
A vida? Um quadro de cores mortas,
um palco onde outrora brilhei em vão.
Agora restam portas trancadas,
ecos vazios na escuridão.
Se ainda respiro, é por descuido,
se ainda caminho, é por dever.
O tempo me pesa, frio e mudo,
saudade e desejo… sem mais viver.