VELHO COLETE NO VARAL DA EXISTÊNCIA
Poemas | Edson BentoPublicado em 17 de Abril de 2025 ás 09h 28min
Velho Colete no Varal da Existência
Pelas varandas do Sol,
Sombras respingam em mim,
No varal da imprudência,
Prende com maleficência
Minha alma em estado de frenesi.
Sinto o espírito ressequido,
Nenhum ser quer cobrir-me com véu.
Se o sol não parar de me aquecer,
A qualquer instante posso fenecer,
Se uma nuvem não aparecer no céu.
Que fiz eu para tanto sofrimento?
Já não chega a dor da sede.
Virei espantalho em meio ao terreiro,
Preso em um varal, passo o dia inteiro;
Assim se faz a vida de um velho colete.
Tantas vezes chamei a atenção,
Era eu a grande estrela das festas.
Hoje, abandonado em um tosco varal,
Desbotado, já não faço parte do coral;
Não sou mais cancioneiro das serestas.
Edbento
Comentários
Uma boa metáfora! O colete pode simbolizar a cada um de nós que só tem importância até um certo momento, depois somos descartados!
Lorde Égamo | 18/04/2025 ás 15:16 Responder Comentários