Urna de Pandora

Poemas | Reginaldo Alencar
Publicado em 14 de Setembro de 2022 ás 15h 44min

 

Tal qual Pandora fomos tentados a abrir

Nossa urna tupiniquim

Pagamos um preço altíssimo

Ao menos a quem observa

As mazelas com as quais temos que lidar

 

Tal qual Pandora estávamos avisados

Dos perigos da nossa curiosidade

Ou não havíamos percebido o descontrole?

A índole de quem homenageia criminoso?

Do histórico pouco confiável?

 

Tal qual Pandora não resistimos

E trouxemos as agruras para todos

Mesmo àqueles que lutam contra fatos

Buscam ainda a construção do "mito"

Que desde a origem já possuía rachaduras

 

Tal qual a mitologia nos conta

Buscam-se explicações maravilhosas

Para justificar o que vemos ou sentimos

E temos ouvido as mais fantasiosas estórias

Que deixariam os gregos envergonhados

 

Tal qual a mitologia nos ensina

Queremos encontrar respostas

E com a nossa escolha de outrora

Ficamos presos somente às tragédias

Que infelizmente não são teatrais 

 

Tal qual Pandora vendo o que fez

Guardamos ainda a esperança

De dias melhores e mais calmos

Da análise crítica e cautelosa

Novamente abriremos a urna

Comentários

MAJESTOSO POEMA. PARABENS

Eidi Martins | 14/09/2022 ás 17:51 Responder Comentários

Parabéns pela bela metáfora. Parece que estamos vendo! Muito atual!

Enoque Gabriel | 14/09/2022 ás 19:56 Responder Comentários
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