UM POETA NÃO MORRE: homenagem ao poeta/escritor Santiago Villela Marques 

Por entre versos e prosas

O décimo quinto varal

De poesia, retrata

Um poeta genial

Santiago Villela Marques

Um ser de muitos destaques

Poeta, intelectual.

Paulo Sergio foi o nome

Que no batismo lhe foi dado

Porém, o poeta Paulo

Como ser iluminado

De pensamento eclético

Se atribui nome poético

E de Santiago é chamado.

Na capital de São Paulo

Foi aonde ele nasceu

Mas foi aqui em Sinop

O lugar em que viveu

Pois o seu pai com afinco

No ano de setenta e cinco

Aqui se estabeleceu.

Em mil novecentos e

Sessenta e sete foi o ano

Que nasceu nosso poeta

Um menino paulistano

Que nasceu para brilhar

E em Sinop vem morar

Com apenas oito anos.

Santiago, em uma entrevista

À Revista Biografia

Diz que, ao chegar em Sinop

Luz elétrica não havia

E por não ter televisão

Sempre com satisfação

Muitos livros ele lia.

Um “vidiota”, diz ele

“Tinha tudo pra me tornar

Pois em São Paulo, era a TV

Que vivia a me educar”

Em Mato Grosso, então

Encontra a libertação

Da perniciosa babá.

Sua paixão pelos livros

Se inicia nesse instante

E ele diz que a TV

É lazer alienante

A leitura nos liberta

É o conselho de um poeta

Com seu dizer elegante.

Disse ainda, à revista

Algo que chama a atenção

“Quando um aluno me pergunta

Que fazer pra ler então?

Minha resposta é pra já

Digo sem pestanejar

Desligue a televisão”. 

Na Faculdade Cáspero Líbero

Em Jornalismo se formou

Em Teoria da Comunicação

Ele se especializou

E para ampliar sua arte

Foi aqui na UNEMAT

Que Letras ele cursou.

Foi em Estudos Literários

Seu mestrado e doutorado

E pra arte da poesia

Estava sempre inspirado

E no lugar onde estava

Quando ele declamava

Era sempre admirado.

Em nosso Curso de Letras

Santiago lecionou

E no mestrado em Letras, foi

Professor colaborador

Um professor de quilate

Que aqui na UNEMAT

A sua marca deixou.

Seus livros de poesia

Por todos apreciados

E muitos de seus escritos

Também foram premiados

Obras lindas sem iguais

Com prêmios nacionais

Seu talento é coroado.

Publica em dois mil e quatro

A sua obra Primeiro

Outro em dois mil e oito

Três Tigres Trêfegos é o terceiro

Em dois mil e dez publicado

Este, publica ao lado

De outros dois companheiros.

Selvagem, em dois mil e treze

Linda obra de poesia

Também os livros de conto

Que publica em coautoria

Correspondências, Ângulo-bi

E Sósias, que eu também li

Com bastante alegria.

Suas obras premiadas

O Bom Dragão, conto infantil

Centauros e Aujé,

Presidente do Brasil

Os contos Asas e Palavras

Cada um com um prêmio ficava

Com orgulho e muito brio.

As obras Escola da Vida

Poesia gloriosa

Juntamente com Infante

Uma obra vitoriosa

E a Hora de Dormir

De Santiago, estavam ali

Recebendo Menção Honrosa.

Mais três obras premiadas

Desse poeta genial

Os Apanhadores de Sonhos

Trabalho sensacional

E Quem Vê TV Não Viu

Uma mensagem sutil

E Serenata no Sinal.

Há um belo poema seu

Que não me sai da lembrança

Que está na obra Primeiro

E questionamento nos lança

De um conteúdo fecundo

Poema muito profundo

Perguntas Quase Sem Importância.

Porém, na tarde de um sábado

De novembro, dia três

Ano, dois mil e dezoito

Sábado cinzento se fez

Notícia triste chegou

Que seu coração parou

Nos deixando de uma vez.

A tristeza tomou conta

De amigos, professores

De seus queridos alunos

E seus admiradores

Um belo poeta partiu

Porém, enquanto existiu

Só poetizou amores.

Mas um poeta não morre

Um poeta não tem fim

Transforma-se em beija-flor

Vai beijar outro jardim

Santiago está no ar

Ele vive, ao habitar

Dentro de você e em mim.