UM ANJO CHAMADO GAIVOTA
O sol ia esconder-se em poucas horas.
O mar ainda encontrava-se calmo, em meu peito uma dor que envolvia minha alma naquela praia deserta. Meu olhar buscava ao longe um sinal que pudesse tirar-me do estado de alerta, trazendo a realidade naquele momento incontestavelmente desejado por uma nova descoberta, ou então algo que definisse uma atitude mais correta.
Queria lançar-me àquela imensidão de águas azuis, nadar, nadar e deixar-me levar para o norte ou para o sul, contanto que pudesse encontrar o meu destino, ou então o EU perdido, dentro de mim.
Entretanto, um barulho chama minha atenção, redintegro ao meu mundo em poucos segundos e percebo asas lutando contra as águas num desespero profundo.
Uma gaivota branca tenta levantar voo, voltar ao céu azul, mas, sua asa quebrada a deixa totalmente sem retorno.
Com carinho a recolhi deixando-a em um estado de conforto, encostada ao meu peito ela aceitou a minha proteção.
Neste momento o mar já não era o mesmo, já não estava tão calmo e a minha dor também não mais tão intensa, o meu EU já não clamava por arrimo e mais seguro, pés fincados na areia firme da praia, sentia-me um menino, EU e minha gaivota branca buscando um novo destino!
Edbento!
Comentários
Um conto cheio de imagens bonitas. Parabéns!
ENOQUE GABRIEL | 25/02/2023 ás 12:47 Responder Comentários