Tudo e Nada.
Quem se lembra de você quando você acorda? Ou quando você está, simplesmente? Quem está com você em todos os milésimos de existência?
Por que tanta dependência? Ser lembrado, ser visto, ser ouvido, lido, aceito, compreendido, inserido, agregado, honrado, aplaudido... Se, no fim, somos apenas o reflexo de tudo — resumido em nada.
Alguns são como folhas secas, carregadas pelos ventos. Outros, como flor do campo: de manhã, lindamente deslumbrante; ao entardecer, resquício... ou nada. Há os que são pedras rolantes, sempre em movimento. E há os que são rochas eternizadas, cobertas de limo — mas até as rochas são esquecidas, removidas ou demolidas.
Ainda existem aqueles que são como rios em pleno deserto. Passam. Trazem vida. Revigoram a sequidão. Esses, muitas vezes, nem querem ser notados. Mas nós insistimos em sempre estar aparentes. E, às vezes, esquecemos de quem realmente somos.
Precisamos nos reencontrar conosco, olhando para dentro do âmago. E mesmo sendo folha, flor, pedra, rocha — ou tudo isso ao mesmo tempo — estamos todos predestinados ao mesmo destino. Porque tudo tem seu tempo determinado debaixo do sol.
É urgente abandonar os achismos. É preciso viver, verdadeiramente, em paz conosco — independentemente disto ou daquilo.
Prosa poética. Rose Correia
Comentários
Adorei lindíssimo poema ótima reflexão
Maria Lurdes | 18/07/2025 ás 11:29 Responder ComentáriosAmei seu texto. Reflexão perfeita ???
Leny Alves Silva | 24/07/2025 ás 17:24 Responder Comentários