Trajes da Memória ao Sul
Poemas | 2024/12 Antologia Estrelas poéticas | Dimar Monteiro SancaPublicado em 17 de Novembro de 2024 ás 12h 52min
Trajes da Memória ao Sul
Memórias medievais moram em mim
Sentimentos do eu lírico sobrevivem por mim
Minhas asas vão falar
Sobre partidas e chegadas
Meus pés? Tempos dirão...
Minha alma há de ecoar no tempo
Sob nostalgia, devir e cais
Entre o exposto e o oposto
Por tudo o que foi dito, feito e vivido
Ideias, rosas, fé e o peregrino
Resistência, consciência e existência
De memórias em vida, de vida e sobre vida
Que a minha ternura fale de fantasias
Antes que manhã fale a crepúsculo
Sobre solstícios e equinócios
Abraços, homenagens, risos e lágrimas
De elos, dizeres e olhares
Se o amanhã não for tarde demais
As rosas búlgaras desabrocharam
Sob tempos ancorados no eu da gente
Viver é realeza
Tudo sobre tempos fugazes que teimam em virar lembranças
Nada distante daquele porto
Nessa breve viagem
Dias floridos que chegam distantes
Como Setembro em Bissau
Dias cinzentos falam de uma mão cheia do nada
Daquela melancolia que abraça a maturidade
Você se lembra?
Futuro sempre chega
Me fale de coragem e porções de insanidade
Não são nódoas da razão
Mas àqueles fiéis escudeiros em noites de inverno
Ou quando tarde de verão traz outras epopeias
Distantes que outrora retratavam Camões ou Cabral
Você se lembra?
Tempos fugazes...
Chegaram outras estações
Após anos 60 em África
A vida floriu e a gente sorriu
Sobre um amor antigo
Afinal, o tempo e a primavera nunca foram antônimos
Pois é! Memórias não envelhecem!
Vivem nas primaveras dos tempos
Sob a grata satisfação de serem próprias
Na linha destes e outros tempos!