Trabalhadores ou Escravos?
Na fila apertada do ônibus lotado,
um rosto cansado, olhar apagado.
Acorda no escuro, dorme no chão,
o tempo vendido em prestação.
O relógio não para, a fábrica chama,
mais um tijolo na velha trama.
Carga horária que pesa no peito,
descanso negado, salário suspeito.
Direitos escritos, mas não garantidos,
em mesas fechadas, sempre esquecidos.
Quem grita demais é tido atrevido,
quem cala, se afoga num grito contido.
Uniformes distintos, mesma opressão,
quem tem cor escura sente o porão.
Preconceito velado ou na cara dura,
machuca igual, na pele ou na estrutura.
Chamam de progresso, mas quem construiu?
O suor do operário que nunca sorriu.
Chamam de mérito, de oportunidade,
mas fecham os olhos pra desigualdade.
Somos trabalhadores ou somos reféns?
De um sistema cego, que não vê ninguém?
Se lutar é pecado, viver é prisão,
o que resta ao povo, senão a insurreição?
Comentários
Realmente amo sua maneira incansável de escrever ou se dedicar na escrita. Sou seu fã Isolti? Que Deus abençoe sempre sua família e que venha mais poemas lindos como esse.
Paulo Colorido | 06/05/2025 ás 06:43 Responder ComentáriosObrigada, meu amigo Paulo Colorido! Tbm sou sua fã! Admiro seu trabalho e seu entusiasmo pela literatura! Abraços para ti!
Isolti Cossetin | 29/06/2025 ás 13:06Parabéns Poetisa.
Dolores Flor | 06/05/2025 ás 08:32 Responder ComentáriosGratidão, Dolores! Seu carinho e atenção deixam quentinho o coração da gente!
Isolti Cossetin | 29/06/2025 ás 13:07