Nem sempre a vida
É um conto de fadas
Nem sempre há reis e rainhas
Príncipes ou princesas
A vida imita a arte
Ou a arte reproduz a vida?
Vida bandida
Colorida
Vivida
Nem sempre a mocinha
Pobre e sofredora
Vence no final
Para que tudo igual?
O bem versus o mal?
Às vezes o bandido, o vilão
Recebe seu perdão
Permanece ileso
E o mocinho, preso
Sem razão.
Ironia?
Injustiça?
Decepção?
Nem sempre há finais felizes
Famílias perfeitas
Lugares cinematográficos
Somos frutos de nossas escolhas
Há diferentes caminhos
Rosas e espinhos
Colhemos o que plantamos
Há quem prefira roças alheias
Há quem prefira subtrair
A somar
Diminuir a repartir
A grama do vizinho é mais verdinha?
Será mesmo?
Ou sou erva daninha
Que a tudo toma a esmo?
Nas idas e vindas
Nos altos e baixos
Nos ciclos da vida
Amores recrudescem
Dores afloram
Feridas cicatrizam
Há partidas inesperadas
Encontros improváveis
Reencontros
Desejos reprimidos
Olhares destemidos
Corações indômitos
Força
Tropeços
Recomeços
Criança
Velho
Esperança
E ao final?
Cortinas se fecham
Vozes se calam
Viveu ou sobreviveu?
Amou ou sofreu
Amou e sofreu
Pois bem
No palco iluminado
Da existência
To be or not to be?
Em reverência
Vida, eis me aqui!
The end.
Livro: A sombra dos cinamomos