Não sei se de mim esqueceu
Cada um com sua missão
Doença ingrata e sem noção
Escrevo deste coração, sempre seu
Por ti não cansamos de rezar
Mesmo as vezes sem entender
Boas pessoas têm que sofrer?
Somente Deus para explicar
Desde a minha feliz infância
Vem lembrança de ti
A tia amada que só sorri
E amor nos traz em abundância
Brigava comigo ano a ano brincando
Meu cabelo branquinho escurecia
Agora aos quarenta lhe alegraria
Novamente branquinho está virando
A história que contava vem à mente
Eu pequeninho imitando o aluno
Estrelinha mal sucedida, que inoportuno
Terra na boca e sua risada contente
Vem férias, que ansiedade
Para a casa da tia já combinava
De longe já via quem me esperava
Partia para a carinhosa cidade
Conversa vai, conversa vem
As risadas iam até de madrugada
Fazendo pamonha de baciada
Amigas-irmãs, iguais não tem
Forte veio a nostalgia
Abraçar, beijar, rir sem medida
Minha Tia-Mãe querida
Abençoada Edite Maria
(Publicado no v. 17 Antologias dos Escritores Contemporâneos 2021)