Caí, muitas vezes
Em teu olhar passageiro
Em teu fosso de silêncio
Neste abismo, me afundei
E mal consigo
A mim própria, me olhar
Nas profundezas, presa fiquei
Meu amor, a procurar
Em teus olhos fechados
Carinho, afago, não tens
Não tens, não tens, não tens
Tenho que me convencer.
E outro olhar procurar
Não achei amor,
Nem aconchego nesse seu olhar
Mas temo, que me olhes de novo
E nessa superficialidade
Eu queira ficar
E voltar a ferir-me
Com meu consentimento ilusório.
Outubro (2022)