O sol dourava as manhãs como se desenhasse lembranças no céu. A terra, quente e fértil, acolhia nossas mãos calejadas pelo trabalho e pelo sonho. Plantávamos arroz com esperança e colhíamos feijão ao ritmo da nossa própria dança, celebrando cada grão como se fosse um tesouro. 

O milho crescia alto, desafiando o céu, e o amendoim escondia segredos que só eram revelados àqueles que tinham paciência para ouvi-los. Cada colheita não era apenas um fruto do trabalho árduo, mas um testemunho da vida simples que nos preenchia. 

Eu corria pelos campos, sentindo o vento bagunçar meu cabelo, rindo sem motivo, porque felicidade era apenas estar ali. A terra abraçava meus pés e o céu parecia nos vigiar, cúmplice de nossa infância descomplicada. 

O tempo passou, mudou tudo ao redor, mas não apagou essa terra que mora dentro de mim. É um chão que nunca deixarei de pisar, onde os dias eram duros, mas os corações eram cheios. E é lá que minha história continua, firme como as raízes que um dia plantei.

Livro: FRAGMENTOS DO PASSADO

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