O vento soprou em meu ouvido um sussurro discreto, mas persistente. De imediato não dei importância, seguir o meu caminho como se o caminho não importasse, queria apenas chegar ao meus destino final. Uma jornada sem valor na busca apenas de um fim.

Era uma tarde de outono quando o sol se avermelha recordando da cor que já tivera um dia em sua juventude. O vento presente insistinto e ser notado em pairava ao redor das pessoas. Mas, por qual razão daria ouvido ao vento, do que ele sabia da minha pressa, das minhas preocupações e do meu mundo.

_ Sou senhor de meu mundo - pensava eu tão arrogante e incrédulo ao mundo.

A urgência de tudo me entorpecia os sentidos, deixando cansado, ultrajado e solitariamente hesitante. Quando a escolha me foi retirada, e, me pus obrigatoriamente a notar o mundo a minha volta, talvez para fugir de meus pensamentos, de meus tormentos. Ouvir um sussurro discreto:

_ Viva! Viva!

Não tinha para onde olhar, apenas sentir aquele vento um pouco mais forte que uma brisa não sei se era um conselho ou uma ordem. Apenas sei que entrou em meus pensamentos. E, como um mantra, repetia em um lupe infinito.

Essa experiência não me impactou de imediato, de começo apenas me assustou. Mas com o passar do tempo aprendi ouvir mais. E, hoje quando percebo perdido, apressado ou até mesmo em paz. Vou em ambiente aberto, de preferência o mais próximo da natureza, acalmo o meu coração e ouço o vento a me sussurrar:

_ Viva! Viva!