Em silêncio, ela fala, suave poesia,
Um sussurro que ao coração alivia,
Pede para que eu faça, com carinho,
Um verso que conduza como um vinho.
Ela me diz para criar com emoção,
Desenhar com palavras a mais pura devoção,
Mas em mim existe uma sombra, não tem jeito,
Um medo que cresce, um temor de um não-ser aceito.
Será que o público verá o que há em mim?
Esse sentimento que nasce, que não tem fim?
Cada rima, cada estrofe, um pedaço do meu ser,
Mergulhado em dúvida, tento me refazer.
Procuro nas estrelas, no silêncio do luar,
Uma chave escondida para me libertar,
Ela insiste, diz que o belo está em tentar,
Que o público sente quem tem coragem de se mostrar.
Então, sussurro meus versos ao vento,
Deixo que flutuem, que vão o seu tempo,
E no eco de cada palavra entregue,
Descubro que, no fundo, tudo segue.
Aceito ou não, o que importa é o sentir,
Na vastidão do poético, no puro existir,
Ela sabia, desde o início, dessa lição,
Que o verdadeiro valor está em abrir o coração.