Súplicas

Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de Meneses
Publicado em 23 de Dezembro de 2025 ás 14h 58min

Ó meu Deus, tenha pena 

 do anjo de pedra, 

 cinzento no tempo, 

 

pele de musgo e vento. 

 Suas mãos erguidas, 

 eternamente, 

 

em súplicas silenciosas 

para o céu distante. 

 Pena do olhar fixo, 

 vazio, 

 

que viu séculos passarem, 

 histórias nascerem e morrerem, 

 e permanece ali, 

 

imóvel, 

 testemunha pétrea 

 da fragilidade humana. 

 Pena das asas pesadas, 

 

dobradas, 

 incapazes de alçar voo, 

 presas à terra, 

 à dor silenciosa 

 de ser apenas memória. 

 

Ó meu Deus, 

 lembra-te do anjo, 

 esquecido no jardim, 

 

sob a chuva constante, 

 eternamente pedindo, 

 eternamente esperando, 

 uma resposta que talvez, 

 nunca virá.

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