Eu sinto a sua falta hoje,
Todos os dias,
Um silêncio tão profundo,
Quem está de fora passa despercebido,
Mas para mim, e sempre ensurdecedor.
Sinto sua falta ao acordar,
Ao abrir a janela do meu quarto,
Ao escovar meus dentes,
Ao pentear meus cabelos,
Eu amava sentir suas mãos escorregarem por ele,
Ouço sua ausência misturada ao cantar dos pássaros
Que voam do lado de fora da janela.
Sinto sua falta no simples ato de atravessar a rua,
De saborear um gostoso sorvete,
De ficar descalça ao chegar em casa,
De fazer um café,
De apagar as luzes ao ir para a cama ao final do dia.
Ainda há lagrimas, ainda há lembranças.
Oh, como sinto sua falta.
Sinto todos os dias
A cada café da manhã,
A cada almoço,
A cada anoitecer.
Sinto ao acordar, ao sair, ao voltar.
Sinto sua ausência na minha casa,
Na minha caminhada,
Na luz do dia,
Na escuridão da noite,
No brilho da lua,
No barulho da chuva,
Cada momento, todos eles,
Se acumulam,
Um peso vai crescendo e crescendo,
E me preenchendo,
A sua falta fica cada vez mais intensa, mais palpável.
Sim, sinto sua falta hoje
Em um silêncio absoluto.
Mas, em mim,
Todo dia é um grito.
(Em memória de minha mãe Sonia Lopes Martins)