Silêncios que falam, mais alto que vozes,
Ruídos de tudo o que não foi dito.
Nos intervalos, escolhas e impulsos,
Na quietude, um universo infinito.
Eles narram segredos, sussurros guardados,
Promessas feitas em noites sem testemunhas.
Nos gestos não dados, nos olhares cruzados,
Nos vazios das frases que ficaram juntas.
Silêncios que falam, em momentos tensos,
Quando as palavras falham, e os olhos dizem mais.
Entre dois corações, nas pontes dos pensamentos,
Um diálogo mudo, profundo e capaz.
E na calada, onde o mundo não invade,
Revela-se a verdade que o barulho não permite.
Silêncios que dizem da saudade,
Do amor que persiste, embora evite.
Nas despedidas que a boca não pronuncia,
No espaço entre o adeus e a mão que ainda alcança,
Falam os silêncios, com sua melancolia,
No silêncio da ausência, no movimento da esperança.
Silêncios que falam, revelando a dor,
Ou a alegria que as palavras não podem capturar.
No silêncio, muitas vezes, se encontra o amor,
Escondido nas sombras do que se teme falar.
Assim, entre o que se cala e o que se revela,
Descubro que há silêncios que não são vão.
São eles que contam a parte mais bela
De uma história escrita com o coração.