SILÊNCIO REVELADOR
Poemas | Antologia Isolti M. Cossetin e convidados - Palavras aladas | Amanda MazzeiPublicado em 26 de Maio de 2024 ás 08h 09min
No dia em que a Terra parou pela palavra,
Os ventos sussurraram um silêncio profundo,
As árvores, em reverência, curvaram-se caladas,
E o mar, em sua vastidão, suspendeu seu mundo.
As ruas se vestiram de uma paz insólita,
Onde antes ecoavam passos apressados,
Agora, apenas o murmúrio de uma cidade estática,
Como se o tempo, de repente, fosse pausado.
As crianças, em suas brincadeiras, silenciaram,
Os pássaros, em pleno voo, congelaram no ar,
As montanhas, com sua grandeza, observavam,
O milagre de um instante, o mundo a contemplar.
As palavras tinham poder, força invisível,
Capazes de transformar o comum em extraordinário,
Elas teceram um encantamento indescritível,
Unindo corações em um laço solidário.
No silêncio, os pensamentos ganharam voz,
Cada mente uma constelação a brilhar,
Em um coro mudo, harmonioso e feroz,
A humanidade, enfim, começou a escutar.
Escutou os segredos das eras passadas,
Os sonhos que ficaram por realizar,
A dor dos esquecidos, suas jornadas,
E a esperança que nunca deixou de pulsar.
A palavra trouxe consigo revelações,
Despertou consciências adormecidas,
E, em meio ao silêncio, brotaram ações,
Mudanças profundas, tão há muito queridas.
No dia em que a Terra parou pela palavra,
Os corações, antes distantes, se uniram,
Encontraram nas entrelinhas uma estrada,
Para um futuro onde juntos construíram.
A Terra, em seu silêncio, falou tão alto,
Que as estrelas, em coro, começaram a cantar,
E a palavra, em sua essência, mostrou o salto,
Para um novo mundo, onde o amor é o verbo a conjugar.
Comentários
Bravo! Belíssimo Poema.
ADAILTON LIMA | 28/05/2024 ás 08:36 Responder Comentários