Ser
Eu me percebi mulher
Sou mãe e mulher casada
A maternidade é bom
O ser "mãe" é divino
Ao sentir brotando do ventre a vida
O amor fecundado alimentado e gerado
Mas, de repente, a inquietação
Quem sou?
Sou as águas revoltas do mar
Sou a terra molhada a espera
da semente, como se estivesse no cio
Sou o vento que passa levemente.
Quem sou?
A que pertenço?
O" pertencer" é uma incógnita
Percebi-me mulher
Profundos são meus caminhos
A busca incessante a desvendar
todo o ser
Pertencer é desnecessário
Eu sou como a água que cai entre os dedos
As areias em uma tempestade
Indomável é o ser, a busca de si mesmo
O pertencer a quem pertence?
Nada pertence, não, nada, nada
Não há pertencimento
Eu mulher me pertenço e me percebo,
ou não, estou à busca do ser
Mulher!
Mary Cloe 03/01/21
Comentários
Esplêndido poema, onde a poetisa instiga o seu eu interior!
ENOQUE GABRIEL | 22/08/2022 ás 10:34 Responder Comentários