Ser Escritor (2)
Prosa Poética | Carlos Roberto RibeiroPublicado em 16 de Outubro de 2024 ás 12h 20min
Ser escritor é uma jornada intricada, onde a criação e a destruição caminham lado a lado. É tentar eternizar o efêmero, dar voz ao silêncio e transformar palavras em mundos que podem ser efêmeros.
Ser escritor é esculpir a alma em palavras, mas também é arriscar-se a perder-se nas profundezas da própria mente. Deixar traços de eternidade em cada página escrita, mas saber que esses traços podem ser apagados pelo tempo ou pela indiferença.
Ser escritor é navegar pelo infinito das ideias, mas também é enfrentar o vazio e a dúvida. Ancorar emoções no coração de quem lê, mas correr o risco de não ser entendido.
Ser escritor é carregar o poder de criar universos, mas também é carregar o peso da responsabilidade. Cada frase tem o potencial de mudar quem a lê, mas também pode ferir ou confundir.
Ser escritor é traduzir o indizível, mas também é confrontar os limites da linguagem. Fazer com que cada palavra ressoe como uma memória eterna, mas saber que a memória é frágil.
Ser escritor é buscar a imortalidade, mas também é aceitar a mortalidade. Enquanto houver palavras, sua alma pode ser lembrada, mas o esquecimento é sempre uma possibilidade.
Escrever é transformar o caos interior em arte, mas também é arriscar-se a perpetuar o caos. E, com cada linha, desvendar a essência da vida, mas também pode-se perder na complexidade.