Quando se é criança os limites são desconhecidos: tudo é deliciosamente misterioso e desafiador!

Não há limites para brincar.

Não há limites para sonhar.

Vive-se tudo intensamente.

Por vezes, apenas um chinelo afoito em riste, uma varinha verde de marmelo ou um cinto de couro cru são capazes de refrear tanta impetuosidade e impor alguns limites.

Em contrapartida, a infância é seguramente a melhor fase da vida. A idade do descompromisso, de tomar banho de chuva, de correr nas poças de lama, de brincar até a noite cair, de ir à escola, de fazer amigos, de viver livremente, com o único propósito de ser feliz.

Ao crescer, todavia, a maioria das crianças deixa sua essência leve e fruitiva enclausurada em uma masmorra de emoções reprimidas e acontecimentos mal resolvidos.

Já fui criança. Não nasci com 40 anos, falo com propriedade; e hoje percebo que as distintas fases da vida são igualmente importantes, pois há aprendizados necessários em cada uma.

Em todas deveríamos amadurecer e manter nossa criança interna sempre viva. A que beija sem receio e se entrega à novas aventuras, sem ressalvas ou medos, porque acredita em si mesma e na capacidade de voar, mesmo sem asas.

Permita que a criança que há em você viva eternamente aquecida.