Rosa sem alma
Tu és pétalas no tempo divididas
Entre um amor e uma pura razão
A sua alma lira desfigura sofrida
Espinhando o meu pobre coração
Tu és rosa, pálida, mirrada, descaída
Que pelo jardineiro foi esquecida
Nos prisioneiros jardins da solidão!
Tu és rosa desprovida de cheiro
Pétalas desfolhadas caídas ao chão
Descolorida não és mais luzeiros
Nas campinas da vida sem alusão
Vive os seus dias derradeiros
Abandonada em um cativeiro
Esperando uma mítica salvação!
Nem as chuvas das primaveras
Conseguiram porvir e te salvar
Com os ventos algumas pétalas
Espalharam-se pelos ares
Quem sabe encontraram guaridas
Polinizando outras vidas
Florescendo em outros lugares!
Será que perdestes os encantos
Ou faltei com os meus cuidados
Podem ter sido ciúmes dos jacintos
Que todos os dias eram beijados
E apesar de não estarem floridos
Constantemente eram regados!
Talvez as pétalas da tua rosa
Tenha uma lição primorosa
Para que eu possa encontrar
Outra rosa para amar!
Edbento!
Comentários
Mui lindo poema, deveras apaixonante!
ENOQUE GABRIEL | 03/01/2024 ás 09:12 Responder Comentários