O carro desliza veloz,
sobre o asfalto quente.
A rodovia revela-se imponente.
De cada lado plantações.
De vida, explosões!
Profusão. Riqueza.
Milho. Soja. Café. Chão. Terra. Semente.
De quando em vez, árvores teimosas,
nativas e resistentes testemunham o progresso.
Castanheiras, Cerejeiras e Jatobás.
Carretas onipresentes serpenteiam e rasgam
o horizonte ardente.
Afoitas, feito formigas, proliferam-se em frenesi.
Buracos. Crateras. Tragédia, um acidente!
Perdas, mutilações. E de repente...!
Há um tatu ferido.
Há um pássaro morto.
Latas e garrafas ornamentam as laterais.
Lixo e lixo, mais e mais.
Sofrem, pessoas e animais.
Rodovia que vem e vai
de ti dependemos.
Em ti, por vezes, sucumbimos.
Sonhos nascem e morrem nos milharais!
Comentários
No caminho por onde anda o progresso, caminha também o retrocesso na educação de alguns humanos. Infelizmente. Muito bem pontuando seu poema. Belíssimo
EIDI MARTINS | 08/06/2022 ás 19:17 Responder ComentáriosInfelizmente está e a atual situação das nossas estradas, progresso regressivo! Parabéns pelo belo texto!
Edbento | 08/06/2022 ás 19:41 Responder ComentáriosNossa que profundooo! Ame o poema Realidade triste desta rodovia
Marlete | 08/06/2022 ás 19:43 Responder ComentáriosQue descrição mais perfeita da realidade das nossas estradas e da decadência da educação do povo em geral! Parabéns, poeta!
Enoque Gabriel | 08/06/2022 ás 20:31 Responder ComentáriosRealidade de um país onde cada um age como que sua parte não fará diferença! Um dia a conta chega! Lamentável é que muitas vezes, são inocentes que pagam por ela!
Isolti Marli Cossetin | 08/06/2022 ás 21:20 Responder ComentáriosIsolti, concordo com você. Nós que moramos nessa região, cortada pela rodovia, sabemos o quanto já perdemos. Obrigado pelo comentário. Abraços! Eidi e Enoque, obrigado pelo carinho! Parece que temos um paradoxo entre progresso e educação, não é mesmo? É uma pena, pois ambos poderiam convergir. Grande abraço, poetas! Marlete e Édson, também me entristeço com toda essa situação. Infelizmente é a realidade. Continuemos, com nossa poesia, a alertar também para os males do mundo! Grande abraço, queridos!
| 12/06/2022 ás 10:06 Responder Comentários