Retirantes da Esperança
O trabalho, a construção
O Cordel e a canção
O sotaque diferente
A marmita o solvente
A viagem e a decepção
Migrando pra viver
Cansado de perder
Com a esperança de vencer
Ninguém tem culpa
Não são desculpas
São só maneiras diferentes de ver o sol
A eloquência, o talento
A saudade e o lamento
A poesia da terra
A música eterna
Que toca a esperança fraterna
A fé diferente
Mistura de gente
Crença e religião
Batizado ou pagão
Estudioso e analfabeto
Autodidata de livro aberto
Plural e singular
Bonito e vulgar
Tudo em um só lugar
Samba, frevo e vatapá
E a esperança sempre vai está lá
O preconceito da cor, da fala e do calor
Dos modos, do medo da volta do desfavor
O engodo, a ilusão e o desamor
A falta de carinho…
Que assombram o leigo
Que não estudou mas se formou
Na escola da vida
Um autodidata da lida
Mas sua alegria está na alma
Diluindo preconceitos
De termos tão desumanos
Pejorativos e insanos
"Paraíbas e baianos"
São gente de fibra
Forte e que não nega a raiz
São brasileiros
Fil
hos deste país
ADAILTON LIMA