Respondendo Hoje Perguntas Que Serão Feitas Amanhã

Prosa Poética | Carlos Onkowe
Publicado em 01 de Agosto de 2025 ás 09h 04min

Sim, minha vida é uma poesia, mas daquelas que você lê e engasga, não essas feitas só de flores e finais felizes. Não sou feito de enfeite, sou feito de espinho e mel escorrendo pela lâmina. Escrevo como quem já sangrou sorrindo e gargalhou chorando, porque aprendi cedo que a vida não pede licença pra doer nem pra ser linda.

 

Minhas palavras? Misturam veneno com beijo. Sou leve como um tapa bem dado e profundo como uma cicatriz que virou obra de arte. Tem dia que sou brisa que embala, tem dia que sou vendaval que arromba a porta da alma, e quem não aguentar, que leia Clarice.

 

Não escrevo pra passar tempo nem pra massagear ego alheio. Escrevo porque, se não escrever, explodo. Cada frase que solto é costurada com nervo exposto. Não quero ser apenas lido, quero ser sentido como quem leva um susto ou um arrepio. Porque não sou só metáfora nem só carne: sou o intervalo onde o poema perde a paciência e vira grito.

 

Por isso, meus textos às vezes acolhem, noutras arrancam a pele. Tem quem ache abrigo, tem quem saia ferido e, sinceramente? Que bom. Porque poesia de verdade não pede desculpas por existir. E eu, muito menos.

Comentários

Gostei. Assim deve ser o poeta e a poesia, pois "a vida não pede licença pra ser linda"!

Lorde Égamo | 01/08/2025 ás 11:37 Responder Comentários

Valeu, Lorde. Obrigado!

Carlos Onkowe | 01/08/2025 ás 19:41

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