Em um mundo tão acelerado, viver em um relacionamento acelerado pode ser uma fonte constante de stress. As pessoas são cada vez mais cobradas em vivermos com excelência, isso não causa um transtorno em si, apenas se o parâmetro de tal excelência ser a comparação do que as pessoas demonstram e não daquilo que realmente são. Somos pessoas e não objetos, e até mesmo objetos devem ser pensados como função de troca, afinal ecologicamente tudo tem o seu preço.

Quando as pessoas buscam a autossatisfação para a sua relação deixa de ver o outro. E em muitas vezes sentem-se surpresas quando são cobradas de atitudes de reciprocidade que seria compreensível e natural se o próprio ego não fosse tal forte. Será que é necessário abrir mão de si para conviver bem com o outro? Respondo que não! Isso é uma grande confusão que as pessoas fazes. Pensar no coletivo não é se anular, muito pelo contrário é se beneficiar daquilo que para o outro também é essencial.

O ser humano não é descartável, e por mais que atualmente o mundo e o amor possam ser considerados líquido. Visto que quando apertamos escapa pelo vão de nossos dedos. Cada um deve perceber o que busca em uma relação, e talvez assim possa tomar consciência e decidir se o que realmente pretende é nadar a favor ou contra a correnteza. Visualize o quando aquilo que você idealizou como relacionamento era realmente seu, ou simplesmente produto de uma influência sociocultural. Tudo bem em receber influências da sociedade e da cultura, saber disso faz toda a diferença, uma vez que você nega isso, você vive como verdades absolutas e obscuras. Absolutas por serem inquestionáveis, e obscuras por serem imprecisas e consequentemente decepcionantes.

Por outro lado, quando a uma intersecção entre influencias recebidas, e ideais elaborados tudo muda. Os relacionamentos na atualidade não querem dizer iguais a todas as pessoas. A sua forma de relacionar é única, mesmo com influencias comuns, além do fato da pessoa ao seu lado também ser única possibilitando algo incomparável e inigualável.

Publicado em:

Leite, Manoel Rodrigues. 7 atitudes para um relacionamento sem stress. Sinop – MT: Ações Literárias Editora, 2019