Reflexões de um Condenado
Acreditar eu não acredito
Mas foi duvidando
Que eu finalmente aprendi
A chegar até a verdade.
Juro que eu não necessito,
Mas foi precisando
Que eu, inconsciente, perdi
Tudo que era vaidade!
E assim sigo nessa jornada,
Entre verdades e ilusões,
Aprendendo a cada queda
A carregar as minhas próprias razões.
Acreditar já não é meu abrigo,
Mas no silêncio eu me encontro,
Na sombra da minha essência,
Perdido em um mundo tão pronto.
Contristei por ser inocente
E inocentado pela inocência.
Fui condenado à liberdade,
Pagando por uma sentença
A viver de corpo presente,
Disfarçando minha ausência,
Distante de uma sociedade
Presa por brutal incoerência!
E assim preso a viver um dilema,
Entre o ser e o parecer,
A liberdade se torna uma pena,
Quando o peso da existência é só sofrer.
E mesmo distante da sociedade,
Carrego em mim essa dualidade,
Um eco de vozes que se calaram,
Na brutal incoerência da humanidade.
Edbento
Comentários
Fabuloso, poeta, mui fabuloso! Aqui é utilizada uma variedade de enigmas que cabe a cada um decifrar. Gosto quando diz "no silêncio eu me encontro, na sombra de minha essência" Um texto altamente filosófico, onde o escritor empresta seu eu lírico para desvendar múltiplas verdades!
Lorde Égamo | 30/12/2024 ás 13:15 Responder Comentários