Rajada

Crônicas | 2025 - Leny Alves Silva e Convidados - Conquistando novo espaço | Rose Correia
Publicado em 08 de Outubro de 2025 ás 12h 23min

 

Sinopse:

 

Um vento repentino transforma um dia comum em lembrança inesquecível. Entre perdas e reflexões, nasce a coragem de recomeçar. “Rajada” é uma crônica poética sobre o poder dos ventos que levam, mas também ensinam a seguir.

 

Rajada 

 

Era um dia normal. Estávamos sentados no calçadão, enquanto as crianças corriam pelas ruas e quintais.

E, de repente, tudo aconteceu: o vento passou e levou tudo o que era meu, revelando-se numa rajada tão forte que levou o amor e a sorte.

 

Houve uma devastação tanto no externo quanto no coração.

 

Não é culpa da natureza ou das causas naturais, mas sim que nosso amor era tão frágil que qualquer coisa era capaz de destruí-lo. Foi o vento quem atravessou sorrindo, e em pouco mais o levou para bem longe.

 

O que eu e você não fomos capazes de fazer, ele fez num sopro leve, como quem limpa o quintal da vida.

 

Não lamento o estrago do vento, lamento o estrago do meu peito pálido, pois eu sei, muito bem, que o vento só cumpriu seu destino e nós, como tolos, nos comportamos como se nada mais importasse.

 

Ficaram os estragos externos, é verdade, mas o que mais me cortou foram os do coração.

 

Quando ouço o vento, lembro-me do meu lamento que durou poucos dias — e do vento que hoje traz uma paz que eu desconhecia.

Ele destrói sem pena um caminho, varre o que quer, mas, na destruição, ele me fez refletir que às vezes tempestades são a porta de saída para quem não sabe das dores e precisa seguir para a vida.

 

E foi assim que, mesmo com o coração marcado, encontrei força para continuar. Aos poucos, os ventos que antes levavam, começaram também a trazer novos ares. O que parecia fim transformou-se em recomeço, e quem ficou aprendeu a caminhar com passos firmes, guiado pela esperança que renasceu depois da ventania.

 

Por: Rose Correia.

 

Comentários

Importante não é a destruição. Esta dói! Importante, mesmo, é a reconstrução. Esta dá prazer e alimenta a alma! Boa reflexão!

Lorde Égamo | 08/10/2025 ás 14:34 Responder Comentários

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