RABISCADOR DO ACASO
Quando meu corpo exala inspiração,
Por vezes me perco nas palavras,
Algo impele a dita composição
Como Barreiras que me travam.
Não sou um trovador solitário
Das trovas fujo sempre da dor
Pois a poesia a de ser o relicário
Para inspirar poemas de amor.
E quando penso na beleza do lírico
Acordo com a música na mente
Mas esqueço do sonho divino
E a arte não flui novamente.
Não sou um poeta em fuga
Só fujo das sandices da vida
E mesmo sem uma alma astuta
Minha sina já está na escrita.
Meus dedos são desatinos
Que lutam com a natureza
Em desencontro com o raciocínio
E da falta de minha destreza.
Não sou um escritor prodígio
Que desenha o mundo sem compasso
Consciente, sei que meu destino
É ser um rabiscador do acaso.
ADAILTON LIMA