QUIMERAS
Poemas | Antologia Amanda Mazzei e convidados: a arte em palavras | Iziz De AndradePublicado em 31 de Janeiro de 2024 ás 22h 16min
QUIMERAS
Eita que sou fogo
Uma labareda ardente
Que tremula em vida
Que queima, limpa, incinera
Louca... taxada por muitos
Incompreendida? Não
Não lhe dou nem o trabalho da compreensão
Desfilo pela vida descalça
Desfeita, para ser refeita
A cada sopro do vendaval que é a vida
Não quero porto
Quero alto mar
Quebrar nos rochedos ao anoitecer
E voltar espumosa, branca e dolente
E novamente voltar e quebrar
Meu cabelo é azul
Minha alma é multicolorida
Multifacetada
Ou simplesmente branco no preto, preta no branco
Quero estradas longas, infinitas
Com muitas encruzilhadas
Com opções infindas
Caminhar sozinha ou acompanhada
Com liberdade de gritar e dançar
Quero a lua nas minhas mãos
Sonhar com escadas para o céu
Me enfiar em buracos no inferno
Brigar com todos os bichos
E explodir como vulcão em lavas escorrentes
Fascinantes e mortíferas
Sem barreiras, somente escorrer ladeira a baixo
Sem nada para me segurar
E no rabo do cometa me agarrar
Simplesmente voar
Sem despedidas, sem choro nem vela
E lá no infinito, em milhões de pedaços me estraçalhar
E como bilhões de estrelas brilhar
Na via láctea bailar, gritar e cantar
Eita que sou fogo
Uma labareda ardente
Que tremula em vida
Que queima, limpa, incinera
E vira apenas quimera