Quilombo Urbano
Quando penso na mãe África,
Sinto saudade de algo que não vivi
As lembranças dos antepassados
O imigrante africano forçado
O sofrimento que não senti
Fico imaginando a luta pela liberdade
A corrente, que não prendeu meu pulso
O tratamento sem humanidade
O cerceamento da identidade
O choro derramado por impulso
A dor de lamentos no tronco de sangue
Troféus humanos que ostentaram
Carne, navalha e chicotadas
Lágrimas em vão derramadas
De feridas que não cicatrizaram
Passado, presente e um futuro
Quilombos urbanos da esperança
Podemos conquistar o mundo
Com objetivo, sem pano de fundo
Norteados no sofrer, de uma lembrança.
ADAILTON LIMA