Quarentena

Contos | Marcelo de Oliveira Souza,IwA
Publicado em 25 de Julho de 2022 ás 14h 44min

Quarentena

De repente estoura essa novidade na China, disseram que eles sabiam dessa confusão desde o ano passado e não tomaram providências, uma moléstia  dessa,  do ouro lado do mundo, gerou comoção, entretanto ninguém sabia que a bicha iria viajar o planeta todo praticamente para chegar a apontar nas nossas cabeças.

A gente via na reportagem um morcego morto  de cara feia que supostamente serve de alimento para alguns chineses.

Não sei se é muita coragem, ou se é muita fome, o que chegou aqui foi que isso foi o ponto inicial da transmissão, mas como tem muita notícia desencontrada, não podemos afirmar com tanta certeza.

A verdade é que a doença chegou aqui, transformando o nosso cotidiano totalmente, onde o governo decretou que as pessoas fossem para quarentena, a a fim de  isolar a possibilidade de contágio.

Aqui em casa, somos três pessoas, num apartamento de dois quartos, nossa rotina consiste em leitura, jogos e dança.

Como temos uma instrutora de zumba particular, seguimos os seus passos, na melhor maneira possível, no final da manhã saímos cantarolando e jogando as pernas para um lado e para o outro, sendo,  pois, uma forma de não ficar parado.

Entretanto gera um pouco de estresse, ficar toda hora amontoado em um pequeno pedaço de chão, mas compreendemos que é para um bem maior,  que tem  muita pessoas que estão em um vão com dez pessoas, tentando se virar nessa confusão, a gente sempre reflete sobre isso, ainda mais que ao passo que ficamos em casa, o nosso pais está perdendo receita, cuja necessidade de união entre os moradores está cada vez mais crescente. As redes sociais ajudam e muito, até mesmo esse evento faz com que possamos colocar para fora tudo o que sentimos, nessa arte de escrever.

As pessoas estão interagindo com os seus vizinhos, mais agora do que antes, foi preciso nós  nos  isolarmos  para enxergar o outro como  ser humano, com todas as falhas e com todos os seus valores.

A gente se afasta quando chegamos perto, mas quando estamos longe, no nosso ambiente domiciliar, procuramos interagir com o outro seja de que forma for,

Tem um vizinho que chega à sacada de sua casa e todo dia de manhã canta em bom tom, hino das forças armadas, cuja plateia é unicamente o gari, que está ali preocupado com a sua falta de opção, sem nenhuma proteção.

Os dias  vão se passando, as pessoas chegam às redes sociais, falam muito sobre a depressão e desespero, muitas vezes condicionadas por outras que se não forem da mídia, são dos seus comunicadores.

São incontáveis as vezes que assistimos pessoas falando de isolamento e dificuldade de ficar entre quatro paredes, sendo que muitas já faziam isso naturalmente, mas como a onda é ficar propalando sentimentos de todos os tipos, eles externam  impressões duvidosas.

O nosso maior problema, diante dessa reclusão, é não saber o dia de amanhã, isso  nos torna inseguros, pois somos capazes de prever o tempo, os asteroides chegando,  mas quando a previsão é de caos, paramos diante do abismo e gritamos para o nosso vizinho, que faz questão de responder:

- É o apocalipse!

Sendo ou não, tornamo-nos mais humanos, procurando praticar o bem na medida do possível, pois quem está nas ruas, já está praticando o impossível há muito tempo e nem sabe que muitos países da Europa já  declinou diante do caos.

E para evitar isso tudo, vamos  segurar no pé da Pandemia, temos que seguir forte, cantarolando, apoiando as pessoas na medida do possível até essa chamada curva, seguir o seu caminho e liberar todos e todas para a sua rotina, esperando que esse sofrimento todo dessa vez, sirva como aprendizado para todos nós!

 

Marcelo de Oliveira Souza,IwA

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