Quarentena
De repente estoura essa novidade na China, disseram que eles sabiam dessa confusão desde o ano passado e não tomaram providências, uma moléstia dessa, do ouro lado do mundo, gerou comoção, entretanto ninguém sabia que a bicha iria viajar o planeta todo praticamente para chegar a apontar nas nossas cabeças.
A gente via na reportagem um morcego morto de cara feia que supostamente serve de alimento para alguns chineses.
Não sei se é muita coragem, ou se é muita fome, o que chegou aqui foi que isso foi o ponto inicial da transmissão, mas como tem muita notícia desencontrada, não podemos afirmar com tanta certeza.
A verdade é que a doença chegou aqui, transformando o nosso cotidiano totalmente, onde o governo decretou que as pessoas fossem para quarentena, a a fim de isolar a possibilidade de contágio.
Aqui em casa, somos três pessoas, num apartamento de dois quartos, nossa rotina consiste em leitura, jogos e dança.
Como temos uma instrutora de zumba particular, seguimos os seus passos, na melhor maneira possível, no final da manhã saímos cantarolando e jogando as pernas para um lado e para o outro, sendo, pois, uma forma de não ficar parado.
Entretanto gera um pouco de estresse, ficar toda hora amontoado em um pequeno pedaço de chão, mas compreendemos que é para um bem maior, que tem muita pessoas que estão em um vão com dez pessoas, tentando se virar nessa confusão, a gente sempre reflete sobre isso, ainda mais que ao passo que ficamos em casa, o nosso pais está perdendo receita, cuja necessidade de união entre os moradores está cada vez mais crescente. As redes sociais ajudam e muito, até mesmo esse evento faz com que possamos colocar para fora tudo o que sentimos, nessa arte de escrever.
As pessoas estão interagindo com os seus vizinhos, mais agora do que antes, foi preciso nós nos isolarmos para enxergar o outro como ser humano, com todas as falhas e com todos os seus valores.
A gente se afasta quando chegamos perto, mas quando estamos longe, no nosso ambiente domiciliar, procuramos interagir com o outro seja de que forma for,
Tem um vizinho que chega à sacada de sua casa e todo dia de manhã canta em bom tom, hino das forças armadas, cuja plateia é unicamente o gari, que está ali preocupado com a sua falta de opção, sem nenhuma proteção.
Os dias vão se passando, as pessoas chegam às redes sociais, falam muito sobre a depressão e desespero, muitas vezes condicionadas por outras que se não forem da mídia, são dos seus comunicadores.
São incontáveis as vezes que assistimos pessoas falando de isolamento e dificuldade de ficar entre quatro paredes, sendo que muitas já faziam isso naturalmente, mas como a onda é ficar propalando sentimentos de todos os tipos, eles externam impressões duvidosas.
O nosso maior problema, diante dessa reclusão, é não saber o dia de amanhã, isso nos torna inseguros, pois somos capazes de prever o tempo, os asteroides chegando, mas quando a previsão é de caos, paramos diante do abismo e gritamos para o nosso vizinho, que faz questão de responder:
- É o apocalipse!
Sendo ou não, tornamo-nos mais humanos, procurando praticar o bem na medida do possível, pois quem está nas ruas, já está praticando o impossível há muito tempo e nem sabe que muitos países da Europa já declinou diante do caos.
E para evitar isso tudo, vamos segurar no pé da Pandemia, temos que seguir forte, cantarolando, apoiando as pessoas na medida do possível até essa chamada curva, seguir o seu caminho e liberar todos e todas para a sua rotina, esperando que esse sofrimento todo dessa vez, sirva como aprendizado para todos nós!
Marcelo de Oliveira Souza,IwA