Nos corredores do coração, agora, vazio,
Ecoa um silêncio profundo
Onde as palavras são desnecessárias.
Nos olhos, um brilho outrora ardente,
Agora, frio,
Nas memórias, sombras que o dia não desfaz.
Era uma vez a promessa em cada amanhecer,
De mãos dadas, a certeza a florescer...
Agora, folhas caem, sem razão,
No outono eterno de uma paixão.
Em cada canto, ressoa uma canção,
Melodias tristes de uma antiga estação.
Lembranças, que como ondas retornam
Em praias desoladas me inquietam.
Por que o amor se esvai como fumaça
Entre os dedos,
Escapando, enquanto tudo passa?
Um castelo de sonhos, desfeito em areia,
Pelo vento levado, na maré cheia.
Restam os sussurros de um tempo doce,
Quando o amor era um laço, não uma forca.
Agora, passos ecoam num vazio sem fim,
Onde outrora risos pintavam o jardim.
Assim, com o peito apertado, sigo a jornada,
Sob o peso de uma despedida nunca declarada.
Aprendendo que até o mais profundo amor
Pode acabar,
Na dança silenciosa do tempo que insiste
Em nos separar.