Hoje ela me invadiu feito enxurrada.
Estava afoita e represada.
Deixei-a entrar. É seu direito.
A saudade tomou conta do meu peito.
Saudade é algo difícil de definir.
É melhor sentir. Com todas as suas nuances, com tudo que ela evoca, de todas as formas que nos toca.
O choro, a tristeza, a alegria, a surpresa
a angústia, a melancolia, a nostalgia preenchem o vazio existencial da ausência.
Tenho saudade de coisas que não vivi.
De lugares que não visitei.
Sinto saudade dos meus sonhos antigos.
E dos amigos dos quais me afastei.
Esse sentimento, a saudade,
tem múltiplas personalidades.
Por vezes, alegre e festiva,
noutras, triste ou intempestiva.
É nevrálgica e explosiva.
Saudade de um amor.
Saudade de uma pessoa querida que partiu.
Saudade de um abraço.
De um tempo, de um espaço.
Saudade da cidade natal.
De um romance de Carnaval.
Saudade de um beijo.
Saudade da infância.
Dos pais, dos avós.
Da natureza e sua exuberância.
Saudade de boa música e de bons sentimentos.
São tantas as saudades
“esquecidas” em uma gaveta fugidia,
libertas a cada novo dia.
Qual o nome da sua saudade?
Livro: O que quero da vida