Da janela vejo o fluxo do mundo
Que é um filme triste cinza e quedo
As outras cores, ao poço profundo
Escorreram levando o segredo
Do baú que jaz num altar selado
Surdo invólucro, imóvel e sombrio
Que tranca o coração despedaçado
Distante do peito que arfa vazio
Vejo um homem velho e cansado
A observar o mundo descolorado
Da paisagem dura, outro refém
Busca da janela de seu casulo
Da prisão sem cor, sem grade...um escapulo
Ele vê minha janela...também?