PREFÁCIO DA OBRA TONS AZUIS NO TREM DA VIDA DE EDBENTO

Prefácio | Lorde Égamo
Publicado em 01 de Agosto de 2022 ás 12h 52min

 

                            

 

 

                                    Prefácio

                                          

                                                          “As asas voam em céu aberto mar recebe com seu leito!                    

                                          O poeta imagina voar também, com a poesia voando em seu peito!”

                                                                                                              Vera Mascarenhas,

                                                                                             escritora e poetisa paulistana

          

 

                Coube a mim, com muito orgulho, aceitar o honroso convite e, com muita responsabilidade redigir o “fatio prae”, seja o prefácio, o prólogo, da obra literária do escritor e poeta Édson Bento, que usa como epíteto Edbento, um livro de poemas intitulado  “TONS AZUIS NO TREM DA VIDA”;

                Pelas informações obtidas, a apresentação do autor já se faria suficiente, dispensando o prefácio, tamanha a fartura e riqueza de minúcias, na visão do escritor, que adornam seu trabalho e as razões que o motivaram a publicação de sua obra;

                Vejo nesta obra o poeta se assemelhar a um passarinho que voa em céu aberto, e vislumbra todas as facetas que nos envolve, como a inquietude, a natureza, as cores, e as singularidades que envolve o amor e a paixão;

                Seus poemas têm um colorido todo especial, com predominância para os “tons azuis”, que define como a cor da simpatia, confiança, amizade, harmonia, onde evoca o mar, com sua  grandeza azulada que nos induz à tranquilidade de sua poesia, como também o firmamento é evocado, por seu brilho, leveza, imensidão, cujas longínquas camadas de ar nos faz crer seja a abóbada azulada onde criamos a sensação de estarmos longe, onde o horizonte parece saciar toda nossa saudade infinita;

                O poeta, além de fazer-nos voar, faz-nos com ele viajar em um belíssimo  transporte,  onde podemos observar belas paisagens com suas estações onde há o embarque e o desembarque em suas paragens. O verdadeiro “trem da vida”;  

                Sua poesia nos convida e eu convido o leitor a adentrar as entranhas desta magnífica obra, e esmiuçá-la, desnudar cada palavra, cada verso, cada estrofe, cada poema elaborado pelo autor. Há uma riqueza infinda onde sobrepuja a graça, a inteligência, o saber e a ternura do poeta;               

                Cito alguns exemplos como quando se refere à natureza, citando as belas e românticas manhãs, os rios com suas cascatas, a chuva com seu frescor, o ardor, o calor, e a noite onde o coração inebriado se apetece, ensandece e envaidece. Mas também lembra que muitas vezes o ser humano, com sua natureza mordaz, corrompida por ideologias insensatas destrói a fauna, a flora, os rios, as matas e tudo o que há de belo ao seu redor;

                Fala da família, com um carinho especial à sua vovozinha, de quem ouvia os contos de Monteiro Lobato e que no final dizia “Cuidado, Bentinho, que a mula sem cabeça vai te pegar”. O carinho e ternura, da saudade que bate em seu peito, das felizes recordações quando lembra de sua mãezinha que dorme com os anjos e que virou estrelinha no céu. Seu pai também ocupa lugar em sua poesia, pois lembra dele com respeito e consideração pois tem seus ensinamentos como um presente e seu exemplo um legado que traz na memória e com ele aprendeu a ser um bom pai, companheiro fiel e dedicado e, onde estiver, essa feliz lembrança sempre estará ao seu lado;

                No meu entendimento, a obra prima do autor se chama “RECEITA DE VIDA”. Poema que também está na “Antologia de Escritores Contemporâneos, Volume 21”, antologia onde sou homenageado pela Editora Ações Literária, em 2021. Neste poema, Edson é o “chefe” e ele dá os ingredientes desta maravilhosa receita que são a liberdade, a paz, o amor, a dignidade, sabedoria, sonhos, ingredientes estes a serem dissolvidos (absorvidos), acrescentados um após outro, na medida certa depois deverá ser levado ao forno da vida, que é o coração, bem aquecido pela fé e o amor, até alcançar o ponto da intensa felicidade. É muito bonito;

                Em seu voo o poeta canta os astros. Canta ao sol em seu nascer, seu arrebol, sua magia, sua luz, seu esplendor seu contraste de cores, seu ciclo e seu crepúsculo. Canta à lua que nua, fria, observa a imensidão com os vagalumes e pirilampos cintilantes pelas madrugadas, o canto dos passarinhos com seus filhotes em seus ninhos e as lindas flores recebendo o orvalho com seus aromas e amores;

                Fala ainda das cicatrizes do mundo, em seu poema “Sinais do Tempo”, onde provamos quedas e tropeços, depois o cansaço que atrasa nossos passos e nos faz envelhecer!

                Ainda existe várias outras facetas as quais reitero o convite ao leitor para que possa por si próprio descobrir, como das estações do ano e outras mais.

                O seu ponto forte, porém, é quando desvenda as sutilezas  do amor.  Nesse particular posso afirmar que em seus versos é possível observar que o sangue que corre em suas veias se chama amor e a transpiração dos seus poros se chama paixão. Discorrendo nas entrelinhas observamos que fala do “amor passageiro”, aquele que rende os corações e encontra guarida em lares fragilizados, e planta o dissabor  que velozmente destrói belos ninhos. Esse amor apresenta prazeres nunca sentidos, mas cheios de perversão. São lampejos minguados de carinho e sem alento. Não é um amor que olha e cuida. É algo momentâneo que faz faltar o ar e nos enche de medo. “Foge nas noites frias e nos dias secos”; descreve,  em seus poemas, sobre um “amor sofredor”, aquele onde o agente perde a amada mais continua amando, mesmo que seja vista noutros braços. O bom senso diz para deletar, mas a voz do coração manda que a ame silenciosa e incondicionalmente;  temos o “amor rejeitado”, quando alguém não consegue perceber a expressão do amor que flui de um coração apaixonado que procura ser visto. Provoca através de uma canção, invoca as estrelas, dança ao luar, mas o coração, objeto da conquista se mantém irredutível; por fim vou citar o “amor desejado”, que está conectado com o mundo e dele se extrai sorrisos, desejos, abraços e os sentimentos inerentes ao amor. No poema “Quero Ser”, o poeta retrata muito bem esse amor quando diz: “Quero sorrir com o encanto da alma/ ser o fogo afetuoso que queima, que incendeia e inflama/ voar nas asas do pensamento/ ser água que brota da nascente/ a ausência presente/ verdade que dói e não destrói/ luz que brilha no infinito/ chama para quem ama”.

                Parabenizo, por fim,  meu amigo escritor, poeta Edbento, por sua primeira obra que é o seu primeiro filho literário, com poemas tão ternos, melodiosos e tão ricos em saber. Conclamo aos leitores para que obtenham essa primorosa obra que  nos traz tanto encanto e que se entreguem à magia  de um sonho doce e fascinante contido em sua poesia.

                Encerrando, não posso deixar de transcrever a assinatura do poeta que surge em forma de ACRÓSTICO:

E lá vem despontando o trem

   D e tons azuis irradiando a estação

      B em saudoso com mais uma viagem

         E sangrando poesias em nossos corações

            N as idas e vindas e em cada paragem

               T razendo sentimentos em prosas e rimas

                  O nde afetos e amores aquecem nossas vidas!

                                                                      Edbento! 

 

                                       Enoque Gabriel de Moraes

                                                Pseudônimo: Égamo

                                                        Poeta e Escritor

                                                               Sinop - MT

 

Comentários

A poesia tem o dia que amanhece, e numa prece atemporal, deixa saudade nos olhos do tempo, onde o bem carece paisagem pra servir de inspiração!..... Belo texto, adorei o trabalho poético!!

Vera Mascarenhas | 01/08/2022 ás 13:44 Responder Comentários

Quero aqui agradecer o Escritor e poeta Enoque, o qual prefaciou brilhantemente a minha obra! Parabéns amigo poeta, só gratidão!

edbento | 01/08/2022 ás 19:05 Responder Comentários

Parabéns!

Rosana Polydoro | 05/08/2022 ás 10:36 Responder Comentários

Muito bom. Parabéns pelo texto e aguardamos o livro.

Valter Figueira | 25/09/2022 ás 15:17 Responder Comentários

Só agora vasculhando pelos corredores virtuais da Editora, me deparei com esse belo prefácio, rico apelos poéticos para que leiamos a obra do poeta Ed.Bento. Como não aguçar a curiosidade e ir em bisca da obra? Parabéns poeta Enoque pelo belo prefácio.

Josivaldo Constantino dos Santos | 20/10/2022 ás 16:35 Responder Comentários
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