Era uma tarde de sábado e eu estava arrumando minha estante de livros, quando encontrei um antigo porta-retrato que estava guardado há anos. Nele, havia uma foto minha de quando eu era criança, sorrindo ao lado dos meus pais em uma praia.

Aquela imagem me trouxe uma sensação de nostalgia, mas também de reflexão. Lembrei-me de como era simples fazer escolhas naquela época: escolher o sabor do sorvete, o brinquedo que queria ganhar ou a roupa que queria vestir. Eram decisões pequenas, mas importantes para mim naquele momento.

No entanto, ao longo dos anos, as escolhas foram ficando mais complexas e eu comecei a sentir o peso de ter que decidir o caminho a seguir na vida. Escolher uma profissão, um parceiro, uma cidade para morar, tudo parecia ter consequências mais sérias.

Lembrei-me de como, na adolescência, tinha medo de escolher a carreira que seguiria e de que isso pudesse me levar a um futuro incerto. Na época, parecia que cada escolha poderia determinar todo o meu destino, mas hoje eu vejo que não é bem assim.

As escolhas são importantes, sim, mas o propósito delas não é nos levar a um destino pré-determinado. O propósito das escolhas é nos permitir viver experiências, aprender com elas e evoluir.

Eu olhei para a foto no porta-retrato novamente e pensei em como aquela escolha de ir àquela praia com meus pais me proporcionou um dia de sol, mar e risadas. Eram escolhas simples, mas que me permitiram construir memórias e momentos felizes.

Então, entendi que o propósito das escolhas não é escolher certo ou errado, mas sim, permitir-se viver a vida com coragem, aprendizado e crescimento.

E assim, decidi que não teria mais medo de fazer escolhas, mas sim, de não me permitir vivenciar novas experiências e possibilidades. Eu guardaria aquele porta-retrato como um lembrete de que, independentemente das escolhas que eu fizesse, elas teriam um propósito: me permitir viver plenamente.