Persianas
De longe vemos vultos e sombras nas ruas
São gente, pessoas viventes que teimam a andar
No perigo das cidades, sem abrigo de verdade
Sem colete, nem capacete, só com a vontade de trilhar
De perto vemos figuras esquálidas, gordas, brancas, pretas e sem cor
Conhecidas, desconhecidas, anônimas
Odiosas ou com amor
Sempre arriscando um bom dia, um meneio
Forçando bom humor
Mas as listras da visão, não perdoa, sempre julga a seu favor
Menos que uma janela, quase um esconderijo
Onde a vida passa sem pressa
Onde o imaginário prega peças
Onde não corremos riscos
A distância aproxima a imaginação
As vestes, o choro e o sorriso
São deleites da observação
A mente cria situações
Devaneios, fantasias e ilações
Mas as listras que sombreiam e escondem
Sempre julgam, não aprende a lição
ADAILTON LIMA
Comentários
A vida é uma janela onde existem as persianas. Quando as abrimos vemos as pessoas, mas muitas vezes nos são indiferentes e outras vezes nos dão satisfação!
ENOQUE GABRIEL | 03/12/2023 ás 12:15 Responder ComentáriosNosso olhar visto por uma janela ou uma persiana, abre as portas do pré julgamento, reforçando o quanto somos "humanos".
ADAILTON LIMA | 03/12/2023 ás 12:35 Responder ComentáriosAh... as duras listras do julgamento! Às vezes brandas, outras tão cruéis! Seu poema, de certa forma, dialoga com um de minha autoria intitulado "Anônimos." Parabéns! Gostei muito do estilo da sua escrita.
Isolti | 11/12/2023 ás 15:41 Responder ComentáriosObrigado Poeta, que bom que gostastes.
ADAILTON LIMA | 14/12/2023 ás 12:26