Pergaminho sagrado

Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de Meneses
Publicado em 15 de Dezembro de 2025 ás 12h 55min

Ó grande sábio, diga-me, 

 qual é o poema maravilhoso, 

 preso no pergaminho dourado, 

 escondido, 

 

nas entranhas de pedra da muralha, 

 longa serpente adormecida. 

 Quais sussurros, 

 quais cores, 

 

pintam a alma daquele verso? 

 Será a melodia do vento, 

 uivando através das torres, 

 

uma lamentação antiga, 

 de dinastias perdidas, 

 de batalhas travadas, 

 

e amores esquecidos? 

 Ou será o aroma do jasmim, 

 trazido pela brisa da noite, 

 

que dança sobre as páginas, 

 revelando segredos sussurrados, 

 à luz trêmula de uma vela? 

 

Será a tinta, 

 feita de lágrimas de dragão, 

 misturada com pó de jade, 

 que flui como um rio sagrado, 

 

desenhando paisagens oníricas, 

 de montanhas imponentes, 

 e vales verdejantes? 

 As palavras, então, 

 

serão como estrelas cadentes, 

 riscando o céu noturno, 

 fugazes e brilhantes, 

 contando a história de um imperador, 

 

apaixonado pela lua, 

 ou de uma camponesa, 

 que encontrou a liberdade, 

 

em um campo de papoulas? 

 Serão elas a promessa, 

 de um amanhã melhor, 

 ou a lembrança dolorosa, 

 

de um ontem que nunca mais voltará? 

 Diga-me, ó sábio, 

decifra o enigma do pergaminho, 

 

revela as palavras, 

 que habitam a muralha, 

 e deixam o coração em suspenso, 

 aguardando a eternidade.

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