PASSEANDO POR JARDINS SECRETOS

Enoque: aquele que andou com Deus, que agradou a Deus, e por Deus foi arrebatado.  Enoque, é um nome bíblico que encontramos na Bíblia em três lugares somente: Gênesis 5: 21-24, Hebreus 11:5, e Epístola de São Judas 1: 14. Mas não é sobre esse personagem de fé que vou tecer reflexões, afinal estou prefaciando uma obra poética a qual me foi confiada e que me sinto muito honrado por tamanha responsabilidade. Acontece, que o autor de “Jardins Secretos” possui grandes semelhanças com esse personagem bíblico, a começar pelo nome e em seguida por ser poeta.

Estamos diante de uma obra com tantas belezas literárias que provocam as nossas mais distintas emoções, despertam nossos ímpares sentimentos, lembranças e desejos, e nos encantam com a pluralidade das possibilidades mostradas através das diversificadas formas de se fazer poesia que o poeta Enoque nos apresenta e nos doa.

Em “Jardins Secretos”, o poeta Enoque nos oferece este saboroso “bolo poético” partilhado em oito e deliciosas fatias a serem degustadas aos poucos e com leveza, (sem a gulodice de “Oswaldo”), afim de que todos os ingredientes, colocados pelo poeta, com todo o carinho e maestria de um “Grand Chef” da poesia, sejam perceptíveis, saboreados, sentidos, e, seus nutrientes possam então abastecer, nutrir e saciar a nossa alma. 

Sua obra, como bem diz o poeta, é “como se fora uma bela dama perfumada, preparada para a festa”. E que bela dama! E que perfume! Passeando por estes “jardins secretos”, nos deparamos com a versatilidade sem par dessa dama perfumada que habita estes jardins, revestida com oito vestes diferentes, lindas e exuberantes: oito vestes poéticas.

No interior destes “Jardins”, que para mim já não são mais “secretos”, pois curiosamente fui adentrando em seus oito belos corredores de canteiros coloridos, descobri o poeta Enoque como um mestre das palavras e como um poeta que “degusta e saboreia os pequenos detalhes da beleza e da tristeza do mundo ao seu redor [...]”, pois, versa sobre a cotidianidade que passa tão despercebida pelos olhos apressados dos que apenas pegam carona na vida.

   Prefaciar esta obra foi o mesmo que “entregar-me ao prazer de estar no mar”; no mar da poesia de um oceano chamado Enoque, cuja função de poeta, é “fazer cada minuto ser melhor”.   Pode ter certeza poeta Enoque, que a cada minuto que naveguei por este oceano repleto de “Jardins Secretos”, me deparei com a grandeza da Natureza, com a imensidão da História, com a seriedade da Ciência, com a sapiência da Filosofia, com a necessidade de uma Política que promova o bem comum, com a sensibilidade, com o cuidado para com o outro, com a empatia, com a denúncia e com o anúncio, com o amor e com a as paixões. Essa é a magia de ser poeta. Outros leitores e leitoras que se dedicarem a passear por estes “jardins secretos”, com certeza descobrirão belezas outras que porventura não tenham sido por mim percebidas. Estes jardins são imensos! 

Volto agora ao que deixei suspenso ao final do primeiro parágrafo deste prefácio, dizendo que, o dom de provocar todas estas afecções no leitor e leitora de uma obra poética, é próprio de um Enoque; aquele que anda com Deus, que agrada a Deus e que é diuturnamente “arrebatado por Deus”. E que a exemplo do “Henoc” bíblico, que você e suas obras, caro poeta, vivam trezentos e sessenta e cinco anos e gerem filhos e filhas para a poesia. 

                           Prof. Dr. Josivaldo Constantino dos Santos (escritor e poeta)

                           Faculdade de Ciências Humanas e Linguagens - FACHLIN

                           Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT

                           Campus Universitário de Sinop

                                                                                  Outubro de 2022