"Pandemia do século"
Década e séculos passaram
E há muito já se falava
Que filhos deixaríamos para o mundo
Um mundo contaminado pelo egoísmo e pela dor
Pela falta de solidariedade
E amor
A natureza foi sendo destruída
Sem dó nem piedade
Tudo pelo ego inflamado de ter
A vida virou disputa o jogo maior
Uma corrida turbulenta e desenfreada
Em busca de status e poder
Esqueceu-se da verdadeira missão de ser
Ser melhor para que o humano pudesse transcender
Mas nada disso aconteceu
O ser humano virou ostentação o comercio do vale tudo
Onde tudo se compra
Se vende
Se consome
Como um objeto qualquer
O ser humano passou a ser descartado
Quando e no momento que o oponente quiser
Fato do prazer imediato apropriar-se ter
Pais...mães e filhos se torturando
E se matando por nada
O humano mostra as garras a que veio
O monstro acoplado ao corpo seu
O ser sanguinário alimentando-se do ódio
Dominando as mentes pelo medo
Pregando o caos e o desamor
A milhares é impossível conter a dor
Assim o vírus invisível chegou
De mansinho em segredo
Sem alvoroço
Sem preconceito
Foi atacando
Rico...pobre...pardo...negros e brancos
A todos equiparou
Como se desenhasse a missão
Para qual finalidade vieste a este mundo
A muitos levou a refletir
De onde viemos?
Para que viemos?
Pois bem nascemos!
E em um piscar de olhos este mundo deixaremos
Sem teto...sem carro...sem capital...ou dinheiro
Da mesma forma que viemos
Com certeza voltaremos
Indignada ainda me pergunto:
Cadê o lado humano do ser?
Será que camuflados estariam?
Tudo pela sede de poder!
E mesmo diante da dor
Vão burlam as regras da vida
Usurpam
Matando
Saqueando dos milhares a esperança de viver!
E novamente me pergunto:
Que tipo de humanos estamos deixando para este mundo?