A paciência e a fé ( A saga de Jó)
Um cheiro de enxofre, uma fumaça estranha
Entrando pela casa e em toda entranha
E uma voz perguntou: És Jô o temente?
Sai daqui Capeta, Sou de Deus o Onipotente
E uma névoa se dissipou,
Com o nome do poderoso a criatura se afastou
De novo outro dia, uma visita Jô recebeu
Tinha uma asa quebrada, e olhos de breu
E falou de repente: Seu mestre permitirá
Que você fique pobre, e que tudo perderá
Fujas fedorento, pois sou filho de Deus Vivo
E um vulto se retirou, ao ouvir o bramido
Já pobre, sem seus cavalos e cabritos
Jô foi deixado por todos seus amigos
Sua esposa mandou ele abandonar
A fé pelo Pai, que ele orava sem parar
E o estranho em chamas em sua casa foi bater
E Jô empobrecido falou em Deus e o pôs a correr
Os seus filhos, não fizeram a oração
Morreram ante a maldição
E o visitante insistente, falou sorridente
Deixe-me te ajudar, pois você ficará doente
E Jô tristonho, mas com fé, falou com decisão:
Meu Deus é mais forte, sai daqui Cramulhão
Seus pés e mãos encheram-se de feridas
E chegou em sua porta, visita malquerida
E com ódio na voz, falou firmemente:
Junte-se a mim e serás próspero novamente
Vai-de retro satanás, só Deus é meu senhor e Pai
E o elemento saiu correndo, não voltou nunca mais
E Jô com paciência se curou da enfermidade
Ele foi forte e acreditou na fé e religiosidade
Novos filhos nasceram e se tornaram fiéis
E ajudaram ao profeta a conquistar mais anéis
Sua riqueza recuperou e logo multiplicou
E o diabo ninguém sabe o fim que levou
Essa é a história de uma fé gigantesca
De alguém que acreditou até o fim em sua crença
E que mesmo sem nada
Foi firme na estrada
Tinha uma força maior como norte e seu guia
Era seu Deus libertador, que te deu força todo dia
ADAILTON LIMA