Ousado em mais uma aventura

Infantil | Neiva Guarienti Pagno
Publicado em 16 de Setembro de 2022 ás 22h 45min

Passado algum tempo que fora mordido pela cobra cascavel, Ousado brincava livre e alegre pelo sítio de Seu Raimundo. E, como de costume, seguia o dono para qualquer canto que fosse.

Certo dia, Seu Raimundo, sempre acostumado com a lida na roça, resolveu capinar a beira da estradinha que dava para o sítio na companhia do seu inseparável cão. Enquanto Seu Raimundo capinava, Ousado corria pra lá e pra cá, descansava em alguma sombra e também brincava com algum calango que encontrava na quiçaça.

Já ia escurecendo quando Seu Raimundo decidiu voltar para casa. Nisso, ouviu Ousado próximo a uma moita enquanto latia sem parar. Aproximou-se assustado e foi ver o que seu cão cheirava, achando que poderia ser novamente uma cobra.

Mas não era. Era uma cadela machucada, magra, cheia de feridas pelo corpo, deitada na moita. Estava tão fraca que não tinha forças nem para latir ou se levantar.

Seu Raimundo, envolvido em compaixão, carregou o animal nos braços até em casa. Ousado o acompanhou.

Chegando em casa, a família inteira se comoveu com o pobre animal, que estava já morrendo. Mas Dona Francisca, com todo o cuidado e carinho do mundo, dedicou-se em tratar dos ferimentos. Ana, Cícero e Antônio se encarregaram de alimentá-la, já que a cachorra não tinha forças nem para levantar sua cabeça.

E foi assim por um longo tempo. A família sempre cheia de amor e cuidados para com o animal, que dia a dia melhorou e conseguiu se levantar.

Os três cachorros do sítio, Ousado e seus irmãos, Sansão e Dourado, fizeram uma linda amizade com a cadela, que recebeu o nome carinhoso de Pipoca, escolhido por Ana, que não se desgrudava do animal.

Algum tempo depois, Pipoca corria pelo sítio junto dos outros, mas ficava a maior parte do tempo com Ousado. Parecia que eles se gostavam muito. Brincavam, pulavam e dormiam um ao lado do outro na varanda da casa de Seu Raimundo.

Numa tarde, Seu Raimundo foi capinar novamente a estradinha que dava para o sitio em companhia de Ousado. E, como da outra vez, o cão começou a latir ferozmente contra uma moita que se encontrava pelo caminho. Seu Raimundo aproximou-se para ver o que era, imaginando ser outro animal machucado.

Entretanto, desta vez, Seu Raimundo se surpreendeu e Ousado também, quando uma cobra cascavel investiu contra o cão e lhe picou a pata dianteira.

Ousado lutou contra o animal até que matou a cobra. Seu Raimundo não pôde fazer nada. Só viu Ousado matar a cobra feroz e sair gritando de dor.

O dono de Ousado, como da outra vez, carregou-o nos braços e levou-o de volta para casa. Mas desta vez, os cuidados de Dona Francisca não foram suficientes e Ousado morreu à noite.

A família ficou muito triste e penalizada com Ousado. Seu Raimundo fez uma cova no meio pomar e colocou seu animal de estimação lá, enquanto todos choravam inconsolavelmente.

Passados três dias, Seu Raimundo foi até o paiol. Surpreso, encontrou Pipoca com sete filhotes, deitada nas palhas de milho e todos os cachorrinhos mamando.

Seu Raimundo chamou a família. Estava aí uma ninhada de Pipoca com Ousado. A família ficou feliz e deu um nome a todos. Ana percebeu que no meio dos filhotes tinha um mais danado e sapeca, a quem deu o nome de Ousado.

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