OS VERSOS DO DESEMPREGADO
Enquanto não tiver um bom padrinho
Sempre estarei na lista dos coitadinhos
Oh! Vagas de emprego
Oh! Vagas de desemprego.
Pela via indirecta
Entra a vaga gorda pela porta estreita
E a magra, pela via directa
Nem a porta do emprego espreita.
Me pedem a experiência
Mas como posso ter a excelência
Se nesta vida nunca tive oportunidades?
Oh! Século de dificuldades.
Nesta vida tanto estudei
Tanto me esforcei
Tanto me matei
Sofrimento é tudo que eu sei.
Já não posso sonhar um emprego digno
Nem pelo apartamento condigno
Somente sonho por bocado de pão
Somente sonho com um pedaço de chão.
Oh! Meu DEUS,
Até quando o sofrimento
Até quando os lamentos
Quando o desemprego me dirá adeus?
Literatura JC