Os sentidos da realidade
Meus olhos se negam a ver
Tanta lascívia e mutilação
Tantos medos e execração
Em um paralelo poder
Minha boca se cala por opção
Por entender que não vai adiantar
Minhas lamúrias, meu pleito, meu falar
Ante o enlevo da pura destruição
Sinto o cheiro proibido de inalar
Discursos querem dissuadir
Seu direito de opinar e discutir
De não querer se associar
Os ouvidos testemunham gritos
São ossos e carne na lâmina fria
E ninguém aparece na noite vazia
A omissão se confunde com gemidos
E os meus braços cansados de abraçar
Se retraem covardes e omissos
Lembrando do conselho dos avisos
Que ninguém mais pode ajudar
Mas a esperança é o sol, a nossa frente
Com a encíclica da pura bondade
Conduzida por homens de boa vontade
Para a construção de um mundo diferente.
ADAILTON LIMA