Os pássaros do concreto

Poemas | ADAILTON LIMA
Publicado em 08 de Julho de 2024 ás 15h 27min

Pássaros do concreto 

 

Um cantar diferente, sem a alegria de outrora,

Se adaptando como gente, nos edifícios de agora.

Sem querer dispara tiros, sua natureza não é retraída.

Acerta sem querer e em cheio, cabeças distraídas.

 

Os fios onde se equilibram, são os galhos estéticos.

As árvores frondosas e imponentes são postes elétricos.

Ninhos são raros, nos poucos verdes que nos permite a acuidade.

O instinto as leva a procriar, no alto do edifício, para a geração dar continuidade.

 

Buracos no concreto, são tocas e o ferro retorcido puleiros.

Migram por natureza, para o perigo sem receio.

A poluição, a degradação e o descaminho, produz nos olhos um pranto.

Que não é sentido, por algozes, que destruiram seu lar e abstrai seu canto.

 

São heróis alados, batendo na porta, comendo as sobras da sociedade.

Se adaptando ao novo, o sofrimento da nova realidade.

Andam em bando, ou solitários, ninguém os protegem, estão expostos e sozinhos.

Mas ainda embelezam o céu, os pássaros urbanos, perdidos no caminho.

 

ADAILTON LIMA

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