Os lótus
Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de MenesesPublicado em 09 de Novembro de 2025 ás 13h 51min
Os lótus se abrem ao luar, no lago
Da solidão, onde o silêncio brota
Como a água calma, espelho do céu
Que se reflete nas pétalas suaves,
Brancas como a paz que vem da noite.
A lua, guardiã dos sonhos perdidos,
Espalha sua luz sobre a superfície,
Desenhando sombras que dançam lentas,
Mistério profundo em cada movimento.
É nesse espaço, longe da multidão,
Que a mente navega por lembranças,
Os risos distantes, o carinho ausente,
E o coração, como um lótus fechado,
Anseia por abrir-se, pela luz.
Cada flor desabrochando é um suspiro,
Um ato de coragem, uma resposta
À solidão que na noite se esconde,
Um laço com a vida que não se apaga.
A brisa suave, carícia sutil,
Sussurra segredos que o tempo guardou.
Numa dança tranquila, o lago aguarda,
Os lótus se abrem, um por um, serenos,
Transformando tristeza em gratidão.
Oh, como é belo ver a fragilidade
Encontrar força ao flutuar em águas,
Com o olhar elevado, busca o céu,
E tudo o que é sombra, torna-se luz.
Neste momento, tudo é possível,
As estrelas piscam com novos anseios,
E no lago da solidão se escuta
A canção da vida em seu ritmo lento.
A cada lótus que floresce na noite,
Um desejo renasce, um sonho se forma,
Em meio ao silêncio, o lago murmura
Histórias de amor, de dor, de esperança.
Assim, sob a lua que nunca se cansa,
Os lótus se abrem em seu esplendor,
Convidando as almas a refletirem
Sobre a beleza que reside na solidão.
Neste lago profundo, onde tudo é paz,
A noite abraça a vida que persiste,
E no florescer delicado, um aviso:
Mesmo na solidão, existe luz a brilhar.