Os lírios brancos 

Os lírios brancos ainda sussurram,
No antro da noite, captando,
Mensagens ocultas de um sonho maior.

Tão distante, como os olhos,
De quem eu amo!
De quem eu sigo!
Quem é ele?
Quem?

Só Miguel São Arcanjo sabe!
 Os lírios brancos ainda tecem,
Rumores líricos, no antro da noite,
Pintando as estrelas, que caem dos céus,
Em minhas mãos!

Ô tão sussurrante, tão lírico!
Vai desenhando um medo,
Nos meus olhos quase infantos!
Quase meninos! 
De tanto bisbilhotar, por detrás do véu,
Da noite escondida, em um silêncio 
Para que Miguel, ouve!

Silêncio! Miguel São Arcanjo ouve!
Ele vê tudo!
Os lírios brancos ainda tecem no antro 
Da noite, com teus rumores,
Como estrelas no céu. 
Como se fosse flores no campo.

Longe um perfume me confunde,
Se é aquele que eu amo.
Ou se é Miguel São Arcanjo !
Que vem guiando meus passos,
Até ele.
Quem é ele?
Só Miguel, São arcanjo sabe!

E  meus olhos quase medonhos!
Quase infantos! Vai descobrindo,
Sonhos extraordinários!
Como criança que dá os primeiros passos, na areia.

Silêncio! Os lírios brancos ainda tecem no antro da noite. Quase outonal, quase sombria.

Silêncio!
Miguel São Arcanjo vem aí!
Miguel São Arcanjo vem aí!