Os espinhos
Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de MenesesPublicado em 20 de Dezembro de 2025 ás 09h 20min
Os espinhos sangraram a rosa,
que hoje é uma menina ferida,
suas mãos choram.
Pétalas caídas,
no chão frio do quarto,
lembranças de um jardim
que nunca floresceu.
O vermelho vibrante,
agora pálido,
escondido sob as mangas compridas,
um segredo amargo.
A doçura do perfume,
trocada pelo cheiro de sal,
lágrimas silenciosas
que regam a dor.
Ela se curva,
fragilidade exposta,
o vento sopra forte,
ameaçando quebrar o que restou.
Mas no fundo dos olhos,
uma faísca teima em brilhar,
a promessa de uma nova primavera,
onde espinhos não terão vez.
Um dia,
as mãos feridas
colherão flores,
e a rosa renascerá.